Contrariando uma tendência de certa arte contemporânea, insossa, árida, fria e absolutamente gramatical, a arte de Sérgio Rabinovitz nos reintegra o prazer do texto; o deleite de interagir diretamente com um objeto estruturado esteticamente em que a técnica se alia à inventiva para desenvolver um discurso humano, vivo e sedutor. A maestria na manipulação das cores, a cuidadosa seleção temática são duas pedras de toque que subjazem de pronto no âmago esta pintura voltada para os valores de Eros; negando a mortificação desta sociedade necrófila de fim de século; optando pelo ludismo, pela alegria, pelo calor, pela vida – não são quadros, simplesmente, são seres, seres vivos que atraem; que iluminam, pois têm luz própria gerada pelo virtuosismo artesanal de Sérgio Rabinovitz a serviço de seu vívido e inquieto talento criador.

(Ildásio Tavares)