A POESIA DA COR

O Pelourinho, o carnaval, as festas de largo, o mar, a Bahia através de uma caligrafia pessoal, escrita desperta pelos sentidos de um olhar aberto para o agir humano sobre todas as coisas.

Ou será New York, o urbano com todos seus princípios e meios e fins, a metrópole do mundo atual, suas convergências e divergências, a luz de néon, avenidas, free-ways, metrô, subways, uma cidade que caminha sobre a cabeça, o graffiti, a assinatura do anonimato, a importância do gesto como perpetuação da passagem, a eternidade do passageiro.

Ou ainda, a síntese deste percurso, a fusão de uma preocupação de unir dois pólos de uma mesma viagem – Bahia/New York -, que tanto o influenciaram e o influenciam como tipos de visão do mundo filtrados em seu trabalho. Se New York é para ele um gestual com predomínio da minimal art – aí reside a sua redução de cores e meios -, a Bahia, por sua vez, permite a sua explosão, esta desde a caligrafia, passando pelas cores fortes, a emoção de integrar-se a festa do povo, recriando todo um acidental gráfico que observa a vivência.

New York ou Bahia, Sérgio Rabinovitz, um dos mais importantes artistas de sua geração, mostra com a explosão de seu desenho, o gestual de sua pintura, uma temática que tem no homem o seu centro gerador – ação humana por sua transitoridade – instigantes poemas cromáticos de rara beleza e contemporaneidade.

Reportagens Plásticas, de Claudius Portugal
the poetry of color